Existem horas em que tudo o que se quer na vida é sair do seu mundo comum e entrar em algo novo. A imersão em um novo ambiente, mas sem ter que fazê-lo sem tirar os pés de casa para uma viagem a lugares diferentes. Aprender e conhecer novas histórias, mas de maneira que você possa interagir com ela ao invés de ser um mero espectador como em um livro ou filme. Tudo isso, e muito mais, são coisas que os jogos de RPG (role playing game) podem te proporcionar.

Tal gênero de jogos parecia estar próximo de um esgotamento em tempos bem recentes. Desde os lançamentos de Fallout 4 e The Witcher 3 em 2015, não havia mais um grande lançamento nesse mundo para os PCs e consoles que não fossem da Nintendo – estes agraciados pelo último jogo da série Zelda. O desastre que foi a quarta edição da série Mass Effect, em conjunto com os narizes torcidos para uma história que não foi lá tão cativante em Fallout, pareciam anunciar que os jogos muitas vezes megalomaníacos estavam perto do fim.

Mas a E3 realizada na Califórnia na metade desse ano veio para nos provar o contrário. Ainda que tudo isso veio graças à Cyberpunk 2077, que é o próximo jogo a ser lançado pela CD Projekt Red – mesma produtora de The Witcher.

Além de Cyberpunk 2077, que roubou a cena com a aparição do hoje mais querido ator de Hollywood, Keanu Reeves, tanto em um trailer do jogo quanto na conferência da Microsoft dedicada ao Xbox, alguns lançamentos de menor escala também animaram os fãs de RPG. A Nintendo por exemplo irá lançar uma sequência à The Legend of Zelda: Breath of the Wild, enquanto que a série Baldur’s Gate – que é até hoje a melhor reprodução do RPG de mesa Dungeons and Dragons para os videogames – será trazida de volta à vida pela Larian Studios, que conseguiu ressuscitar o gênero com a série Divinity: Original Sin.

Tudo isso traz um novo sopro de esperança ao gênero que de tão importante que é, inspira até mesmo a temática de alguns dos jogos de casino da Betfair. É de se destacar principalmente a releitura de Baldur’s Gate quase 20 anos após o lançamento da sua última edição em 2001, na toada de aproveitar o sucesso que Dungeons and Dragons tem conseguido em tempos recentes graças às transmissões de jogos do RPG de mesa em serviços de streaming como a Twitch. Os fãs dedicados de programas como Critical Role, que recentemente arrecadou mais de 11 milhões de dólares para transformar em série animada alguns dos seus episódios, com certeza verão com muitos bons olhos mais uma maneira de mostrar sua dedicação ao gênero com seus bolsos.

Enquanto isso, a Bethesda é quiçá a empresa que se construiu em cima de RPGs como Fallout e Elder Scrolls, que continua tomando decisões estranhas. A insistência em Fallout 76 e sua experiência online que não tem dado certo mesmo entre os que são fascinados pelo conceito de mundo pós-apocalíptico apresentado na série, ao mesmo tempo em que a sexta edição de Elder Scrolls não ganha nem um trailer na última E3 – enquanto que os jogos mobile e multiplayer massivo online ganham basicamente um terço de toda a conferência da produtora no evento deste ano – é algo preocupante.

E infelizmente, não há ainda sinais claros de que Mass Effect ganhará uma sequência digna da sua primeira trilogia; algo que Andromeda passou bem longe de ser. Uma vez que o último lançamento da sua desenvolvedora Bioware, Anthem, não tem ido muito bem das pernas em sua missão de concorrer com Destiny 2, é bem difícil ver um horizonte onde a Electronic Arts arriscará suas fichas em um RPG cujo retorno financeiro pode ser bem diminuto comparado a séries como FIFA e Madden NFL.

Mas tirando isso, é perceptível que o gênero está longe do seu fim. Hiatos acontecem, e foi o que ocorreu aqui. Agora, o que nos resta é torcer para que todos esses lançamentos a serem “derramados” no mercado ao longo dos próximos anos superem as nossas expectativas!

keanu reeves cyberpunk 2077