10 anos após os eventos de “Zumbilândia”, o quarteto Tallahassee, Columbus, Witchita e Little Rock continuam vivendo e se divertindo em um mundo infestado por zumbis. Até que Little Rock decide se afastar do grupo e os outros três vão atrás dela.

Não precisava, mas que bom que fizeram

“Zumbilândia: Atire Duas Vezes” tinha tudo para ser uma catástrofe: uma sequência desnecessária de um filme que tinha fechado seus arcos de forma perfeita, a repetição da mesma fórmula e a aposta de aumentar o escopo do longa sem saber como expandir o universo. Mas, por sorte, o filme teve o retorno de seu elenco integral e, principalmente, de seu diretor Ruben Fleischer (após este fazer o terrível “Venom”).

Não, a sequência não é tão boa quanto o seu antecessor e também não será um filme marcante na história do gênero. Porém, ela sabe aproveitar a essência do primeiro: se divertir a qualquer custo em um mundo sem regras.

Dessa forma, falha ao tentar expandir o universo ou criar zumbis diferenciados (apenas uma desculpa do roteiro que na prática não agrega muita coisa), mas consegue nos transportar de volta àquele mundo. É quase como se a gente tivesse revendo velhos amigos e lembrando o quanto a gente sentia falta deles.

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O Grupo e a comédia

Eis que chegamos ao ponto central do longa que é exatamente o mesmo do primeiro filme: o grupo. Ainda que os personagens não sofram grandes transformações ou tenham novidades em seus arcos, eles funcionam como o fio condutor do longa.

É por meio deles que somos reapresentados para aquele mundo e são eles quem vão nos divertir por quase duas horas. E falando em diversão, o grande acerto do longa na construção de piadas é saber explorar os acontecimentos pós-2009 e que nunca vão acontecer naquele mundo. Mas não vou falar sobre isso para não dar spoiler de nenhuma piada, já que o filme, como o primeiro, tem uma constância espetacular no nível do humor. Salvo alguns momentos em que as piadas ficam um pouco repetitivas, principalmente na figura da novidade Zoey Deutch.

Direção 

Além da comédia ser muito bem dosada e dirigida, sobretudo por meio de um elenco extremamente talentoso, destaque mais uma vez para Woody Harrelson, Emma Stone e Jesse Eisenberg, Fleisch se destaca também ao saber controlar o tom, construir cenas de ação e compor enquadramentos.

Pode parecer estranho, mas ele é capaz de construir humor por meio de coisas muito sutis, como um enquadramento ou um posicionamento de um personagem em tela. É isso que diferencia um bom diretor de comédia de um mediano.

Ademais vale um destaque especial para uma cena de ação no segundo ato dentro de uma casa. Trata-se de um longuíssimo plano sequência que consegue unir o melhor da comédia e da ação. Tudo por meio de uma coreografia precisa.

Tudo isso pode fugir da proposta central de longas do gênero: divertir e fazer rir. Mas são esses pequenos detalhes que colocam “Zumbilândia: Atire Duas Vezes” acima da média das comédias comuns. Apesar deste não chegar nem perto do brilhantismo do primeiro longa.

Nota: 7.5

Crítica em vídeo:

Assista abaixo à crítica em vídeo que eu fiz sobre o primeiro longa em meu canal, o 16mm.

Assista ao trailer:

Ficha Técnica:

Título original: Zombieland: Double Tap (Zumbilândia: Atire Duas Vezes)
Data de lançamento: 24 de outubro de 2019 (1h 39min)
Direção: Ruben Fleischer
Elenco: Woody Harrelson, Emma Stone, Jesse Eisenberg, Abigail Breslin, mais
Gêneros: Comédia, Ação
Nacionalidade: EUA