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Corre o ano de 2016 do século XXI. Ainda não temos os carros voadores ou as cabines de teletransporte aos nossos serviços. Mas já temos internet, drones e a realidade virtual que está chegando de malas prontas (logo teremos essa tecnologia nos cinemas e isso é empolgante!!!), mas a princípio a gente se contenta com os I-Max, 3D ou 4D da vida, e com bons roteiros de filmes, porque só eles salvam!

Hoje em dia é de conhecimento geral que filmes de super-heróis costumam render grande público e ótimas bilheterias. Consulte sempre as maiores bilheterias dos últimos anos e verá sempre algum filme do gênero na lista. Mesmo que alguns deles tenham seus deslizes e mesmo sejam fracos o público certamente está garantido, não tem jeito. Filmes baseados nos heróis das HQ’s chegaram para ficar, pelo menos por enquanto, e, pelo menos por enquanto (e até por bastante tempo) vamos apreciá-los.

Hoje as novas gerações e até mesmo uma parte do público mais antigo está habituado com versões mais realistas e menos fantasiosas destes personagens por mais absurdo que algumas histórias possam parecer. Mas nem sempre foi assim.

Os mais entendidinhos dirão que quem iniciou isso foi o Christopher Nolan com seu Batman Begins em 2005 já que retratava a história do homem-morcego com mais seriedade e deixando de lado aquela aventura cômica estilo gibi. Mas isso é apenas uma meia verdade. Sim, o tom mais sério e mais sombrio dos super-heróis no cinema vieram do filme do Batman. Mas não desse.

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Um novo filme

Isso mesmo, tudo começou no século passado, por volta dos anos 80. Na época tínhamos apenas alguns filmes do Super-Homem (pra ser mais exato apenas os dois primeiros são bons) sendo que o primeiro é de 1978 e o segundo de 1980 e a ideia de filmes assim não era considerada boa neste período fazendo com que se tornassem incomuns durante esses anos.

Em 1979 Peter Guber presidente do conselho de administração e principal executivo da Sony Entertainment Inc. (a antiga Columbia Pictures) e seu sócio Jon Peters compraram os direitos de Batman para adaptá-lo ao cinema. Entretanto havia uma série de desafios a serem encarados.

Talvez você não se lembre mas a imagem que existia do homem-morcego naquela época era do Batman barrigudo que usava um uniforme colado no corpo com uma capa azul e possuía um cinto de utilidades amarelo que tinha literalmente tudo o que ele precisava no momento (quem lembra do bat-repelente-de-tubarão?). Seu batmóvel era conversível e costumava agir durante o dia com um Robin colorido e tagarela combatendo vilões engraçados em aventuras cômicas. porque-batman-de-1989-e-um-dos-mais-importantes-filmes-de-super-herois-do-cinema-4 Ou seja, teríamos uma comédia para assistir nas tardes de domingo depois da macarronada da vovó mas ainda assim correndo um grande risco de ser uma comédia ruim. Até que em 1986 surge uma luz no fim desse bat-túnel quando Frank Miller lança o Cavaleiro das Trevas nos Estados Unidos criando uma roupagem totalmente nova para o herói e deflagrando um fenômeno no universo dos quadrinhos como um todo. Isso levantou os ânimos em geral pois mostrava possibilidades de um Batman inserido em um filme de ação mais sério embora diversas ideias iniciais ainda estavam pautadas na visão mais cômica do personagem como por exemplo, cotarem Eddie Murphy para ser o Robin. Como em uma grande produção dessas toda polêmica é pouca, para dirigi-la foi escalado o então desconhecido Tim Burton que até aquele momento tinha dirigido As Grandes Aventuras de Pee-wee de 1985 e Os Fantasmas se Divertem de 1988, o mesmo ano em que iniciaram a produção. Ao longo do caminho, muitos continuaram desacreditando no filme. Executivos do estúdio diziam que não havia mercado para um filme assim, que só seria assistido por crianças e por fanáticos de histórias em quadrinhos enquanto fãs fizeram um abaixo-assinado com mais de sessenta mil assinaturas contra a escalação de Michael Keaton para protagonizar a trama.

Enfrentando os naturais desafios da produção, Burton fez sua versão do filme podendo dizer que chegou quase a ser uma obra autoral e se tornando um grande sucesso de público e crítica ao apresentar uma roupagem mais dark do homem-morcego nas telonas.

O filme se tornou a maior bilheteria do ano e continuou arrecadando muito mais depois disso gerando uma onda na época chamada de batmania e fazendo com que seus lucros de bilheteria e produtos subsidiários ultrapassassem bem mais de um bilhão de dólares.

Porém a influência que o filme deixou foi o maior legado do mesmo pois provou que existe lugar no cinema para bons filmes de super-heróis abrindo a visão dos estúdios para novas tentativas e criando vários conceitos que foram seguidos e aprimorados por anos e que são utilizados até os dias de hoje. E certamente continuarão sendo.

Batman – Armadura e Artilharia

A ideia de trocar o colante do herói por uma armadura e assim deixando-o mais apropriado para o combate vieram desse filme. Aquele modelo de “batnave” também surgiu ali.
O batmóvel com blindagem e cheio de mecanismos para perseguição e artilharia também, bem como o foco no lado sombrio do personagem e da trama fazendo com que suas aventuras ocorressem mais durante a noite, além da melhor Gotham já feita no cinema até os dias de hoje.

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O Coringa

O Coringa interpretado de forma sensacional por Jack Nicholson reapresentou o palhaço do crime da maneira como ele é: perigoso e deixando inspiração para os que viriam depois.
Mas o tom de seriedade dado ao roteiro abandonando aquele paradigma de gibi/seriado/desenho animado gerou toda uma nova leva de produções cuja influência ainda pode ser vista nos filmes atuais.

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Exatamente meu caro. O batman que você assiste hoje nos cinemas é uma referência direta (e atualizada) daquele do século passado. E toda essa seriedade que dita o tom dos filmes de super-heróis de hoje e que é comum atualmente também veio de lá. De 1989.

Relembre aquele grande clássico:

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colaborador-blog-marcos-freitas