Seguindo a série de posts do Zen Pencils sobre o Muhammad Ali. Veja o primeiro: A lenda de Cassius Clay.

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Lá do Outros Quadrinhos

Em 1974, Ali já estava de volta ao boxe há três anos e tinha virado “o campeão do povo” – a opinião pública havia voltado-se contra a Guerra do Vietnã e ele foi visto como herói por defender suas opiniões, mesmo que estas fossem contra o governo. Mesmo que houvesse retornado ao boxe, ele não era o mesmo lutador de antes. Tinha perdido sua maior vantagem: a velocidade. Apesar disso, ele ainda tinha socos pra dar. Quando perdeu contra Joe Frazier na ‘Luta do Século’, Ali foi nocauteado por um monumental gancho de esquerda que teria matado uma pessoa, mas levantou antes mesmo que o juiz começasse a contar. Ali só vencia as lutas na esperteza, na resistência e na determinação pura.

Em 1974, Ali aceitou lutar contra o campeão dos pesos pesados da época, George Foreman, e, assim como acontecera na luta contra Sonny Liston dez anos antes, ninguém achava que Ali teria chance. Foreman tinha acabado de destruir dois lutadores que tinham vencido Ali, (Frazier e Ken Norton) – e era mais novo, maior, mais forte e mais malvado que o Ali de 32 anos. A luta aconteceu no Zaire, na África, e foi batizada ‘The Rumble in the Jungle’, hoje considerado um dos eventos mais icônicos dos esportes. No período que antecedeu a luta, Ali disse para todo mundo que ia ‘dançar’ em volta de Foreman, mas durante a contenda usou uma estratégia que foi a mais audaciosa ou mais imbecil da história do boxe. Depois denominada ‘rope-a-dope’, Ali apoiou-se nas cordas e deixou que Foreman o usasse como saco de pancadas. Repito: Ali deixou o boxeador mais forte e mais temido do mundo fazer o que quisesse com ele durante 8 rounds! Você tem ideia de como isso é louco/imbecil/corajoso/perigoso?? No oitavo round, Foreman estava exausto. Ali aproveitou a vantagem e soltou uma combinação de socos que rendeu vitória por nocaute. Ali finalmente reconquistou o título que lhe fora tirado sete anos antes. A luta foi transmitida para o mundo inteiro e, ao vencer, Ali virou a pessoa mais amada e famosa da Terra.

Se o mundo fosse perfeito, Ali teria se aposentado depois da luta, mas preferiu seguir lutando por mais sete anos. Nestas últimas lutas, Ali levou surras brutais (incluindo a Thrilla in Manilla de 1975, quando Ali e Frazier praticamente se mataram no ringue), e milhares de socos na cabeça. No início dos anos 80 foi diagnosticado com Mal de Parkinson. Embora sua capacidade motora seja afetada, seu estado mental é perfeito. Era devoto total do islã (converteu-se ao sunismo, uma ramificação mais ortodoxa do Islã, em 1975), e estava em seu quarto casamento, com a esposa Lonnie Ali.

Muhammad Ali morreu nos Estados Unidos, aos 74 anos, no dia 3 de junho de 2016, vítima de uma doença degenerativa. Estava internado com graves problemas respiratórios em um hospital de Phoenix, cidade onde vivia, quando sua morte foi declarada. A família divulgou nota à imprensa que dizia que “depois de uma batalha de 32 anos contra o mal de Parkinson, Muhammad Ali se foi aos 74 anos”.

O segundo post da série do Zen Pencils sobre o Muhammad Ali. Veja o primeiro!

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